Oração da colação

Em outubro de 2010, se formava a primeira turma do curso de ciência da computação da Unipampa. Eu entrei em 2006 no curso e consegui me formar nessa primeira colação de grau.

Meus colegas me escolheram para ser o orador da turma, algo que lembro ter me deixado muito feliz pela escolha e ansioso pela responsabilidade. Hoje, eu estava revisando alguns arquivos antigos e encontrei o arquivo com o texto que me usei para fazer a etapa do protocolo.

Boa noite, autoridades citadas no protocolo, Pais, Mestres, colegas, amigos, gaúchos e gaúchas, de todas as querências!

Hoje é um dia muito especial, mas não só para nós que estamos concluindo um curso superior, mas também para quem nos acompanhou durante esses 4 anos de muito estudo e dedicação. Hoje viramos uma página muito importante de nossas vidas, página essa que será lembrada por muitos e muitos anos. Hoje nos tornamos Cientistas da Computação ou bacharéis em ciência da computação.

Quando nós iniciamos o curso, em 16 de outubro de 2006, muitos de nós, incluindo eu, não imaginávamos como seria o curso de ciência da computação. Sendo mais franco, não sabíamos como era uma universidade, muito menos uma recém-implantada. Mas foi muito construtivo participar dessa implantação e ver como a cidade de Alegrete cresceu junto com nosso campus.

Com o início das aulas veio o primeiro susto (cálculo A), e nós acordamos para a realidade (isto é literalmente, pois tínhamos aula às 13:30 e era difícil resistir a uma pequena cochilada quando beirávamos o limite de nossa atenção), então enquanto estávamos acordados, nos damos de conta que seria necessário muito estudo para sermos aprovados em algumas disciplinas, como a supra citada Cálculo A e uma outra que ceifou alguns de nossos colegas: algoritmos e programação. Mas, após esses sustos, começamos e entender que um curso superior tem o nome superior por ser acima das exigências do ensino médio, ou seja, o aluno deve não apenas ser inteligente e acordar as 4:00 da madrugada para decorar fórmulas de física, mas deve ser muito esforçado, deixando de lado algumas festas ou mesmo deixar de visitar os amigos para fazer algum dos n trabalhos do Diego (sendo n um valor que tende ao infinito). Ou seja, nós estamos com nossa vida social, se é que sobrou alguma, e familiar aos frangalhos. Então, obrigado, amigos por terem sido pacientes com nossas desculpas do tipo “Bah! Não vai dar pra sair hoje, tenho que fazer os exercícios de Teoria da computação que o MC passou, não consegui entender nada dessas tal máquina Norma!”.

Queridos pais! Obrigado por investirem em nós e compreenderem nossas ausências nas festas da família (o que inclui nossos próprios aniversários). Vocês foram imprescindíveis na nossa formação. Sem vocês, certamente não estaríamos aqui. Esse canudo também é para vocês.

Para passar por todas as dificuldades do curso, sempre contamos com pessoas que nos acompanharam, ao menos em uma parte, do nosso caminho, nossos apreciados colegas. Eles foram outro ponto de apoio nessa longa caminhada, nos auxiliando quando estávamos com alguma dúvida e nos divertindo quando o cérebro não aguentada mais tentar entender as tais listas ligadas. Muitos de nossos colegas passaram a ser mais do que colegas, tornaram-se nossos grandes amigos. Obrigado a vocês também.

Cito como exemplo esse trio: Se fizerem um breve pesquisa sobre os trabalhos em grupo que eles fizeram, descobrirão que a grande maioria foi feita por esse trio.

O Rafael é um gremista fanático :p que adora Java e que normalmente responde as minhas perguntas com um e-mail que eu tinha recebido, mas eu não tinha capturado a informação, por isso eu o chamarei Rafael “Search Man” Parizi.

O Rodrigo foi uma pessoa que pude ter o prazer de trabalhar junto e conhecê-lo um pouco melhor, mas muito pouco, ele é um sujeito meio fechado às vezes, mas que numa ensolarada tarde alegretense faz um comentário do tipo: “estou lendo o livro Parque dos dinossauros e vi uma aplicação da curva estatística normal que explica o porquê aconteceu a mutação e eles passaram a se reproduzir.” Ou algo do tipo, foi muita informação para mim e eu não esperava por aquilo. Por isso eu o chamarei Rodrigo “Dinossaur Hunter” da Rosa

A Tatiana, também conhecida como Tati, lembro de ti nos primeiros semestres e o afinco com que estudava as disciplinas e lembro de pensar: “Poxa! Assim vai se matar estudando cálculo!”. A Tati sempre foi muito esforçada e procurava estudar algumas coisas a frente da turma, principalmente na parte de computação gráfica, mas acho que eu conheço o motivo :). Isso acabou conduzindo para monografia dela sobre bio informática e computação gráfica. Por esse estudo, eu a chamarei Tati “Bio Graphic” Cartagena.

Bem, agora eu vou falar o que os meus colegas acham sobre mim…

O Wagner, que colega! Sempre disposto a nos ajudar, sempre compreendendo tudo a nossa frente e compartilhando o seu conhecimento, sendo sempre um colega acima de tudo solidário. Através dos seus estudos levando a Unipampa a diversos eventos de computação no nosso estado e também no nosso país, poderíamos chamá-lo de Wagner “KDE Man” Reck.

Quando uma pessoa trilha um caminho fácil e sem desafios, ao final dele a pessoa sairá pouco mudada. Mas quando o caminho é repleto de desafios, a pessoa cresce e aprende a superá-los. E para o nosso caso, os desafios foram colocados pelos nossos professores, claro que com incentivos que nos ajudavam a levantar e seguir após os tombos (e foram vários).

Cada um dos professores possui seus próprios desafios. Aqui alguns exemplos:

MC: Sempre mostrava algum desafio que num primeiro momento era compreendido por apenas 1 ou 2, mas que no final de alguma aula que se voltava mais para um lado filosófico, nos advertia: “Estudem, mas descansem e tomem uma cervejinha porque os caras que estudavam isso aí se matavam com 20 e poucos anos”

Diego: Defensor do Software Livre: Acho que isso descreve bem a pessoa Diego. Acho que o maior desafio proposto pelo Diego era a quantidade de trabalhos que cada aluno deveria realizar durante um semestre. A prática sempre recebeu um enfoque maior que a teoria.

Vanessa: Após alguns sustos nas primeiras aulas (chegamos a pensar que o Nicolas teria um irmãozinho(a)), passamos a sua área de domínio, da qual nos apresentou muitos casos reais de aplicação da engenharia de software (lembro até hoje da maneira de comer pizza enrolada para não danificar os computadores 🙂 ).

Amanda: Uma das novas aquisições da UNIPAMPA. Nós tivemos grandes desafios com ela, tendo que deixar de ter pensamentos técnicos para ter pensamentos mais humanitários. Esse foi um desafio legal 🙂

Vinícius: Primeiro professor do curso. Com um vocabulário pra lá de sofisticado, leia-se complexo para nós simples mortais, fomos desafiados a pensar por nós mesmos. Uma pergunta feita a ele nem sempre era respondida com uma afirmação. Mas ao final conseguimos formular a resposta, ou seja, com nosso próprio conhecimento conseguamos responder nossas dúvidas. O professor Vinícius foi nosso professor em quase todos os semestres, e sempre lutou pelo crescimento da UNIPAMPA. Por isso nós damos o nome da nossa turma de formandos de turma do Vinícius de 2010!

Professores, obrigado pelos 4 anos de desafios, hoje nós estamos crescidos e está na hora de trilharmos nossos próprios caminhos, sempre levando os ensinamentos adquiridos durante a gradução. Mas, queridos professores, podem acreditar que não apenas nos ensinaram o que estava nas ementas das disciplinas, mas nos deram grandes lições sobre como são alguns caminhos que nos aguardam pela frente. Tenham certeza que vocês cumpriram com grande louvor o papel de educadores e formadores.

Hoje, pelo que conheço dos colegas que estão aqui, vejo que vocês não formaram apenas mais 4 cientistas da computação, mas mais 4 cidadãos éticos e com consciência de que um mundo melhor pode ser construído com nossos esforços.

Mas nossa graduação não foi feita somente de amigos, professores e familiares, sem a competência da reitoria e o exemplar trabalho dos funcionários da Unipampa, representados aqui pela Adriana, nós não teríamos conseguido terminar nossa graduação.

Saibam que todos vocês, pais, irmãos, cônjuges, familiares, amigos, professores, colegas, funcionários, reitoria, cidade de alegrete, vocês estarão sempre em nossos pensamentos e com nossa eterna gratidão por todos os momentos que vivemos juntos.

Muito Obrigado.

Movendo botões para fora do volante G29

O volante G29 da Logitech é um dos melhores custo/beneficio para quem quer entrar no mundo de simulações de corrida. Ele já está aí há algum tempo e modelos como G923 são apensar uma repaginada no modelo original.

Entretanto, ele tem um problema pequeno, mas que incomoda. A versão G29 para Playstation/PC possui 3 botões no volante: PS, options e share. E eles ficam muito próximos, o que normalmente leva a pressionar dois deles, levando para tela principal do video-game ou tela de captura, ou tela de opções. Fora que pode acontecer de apertar um deles sem querer durante um movimento mais rápido das mãos.

Eu procurei em grupos de modders para saber se alguém havia feito algo e não achei nada. Como eu estou querendo mover alguns fios para fora do volante para ligar algumas coisas como freio de mão e marchas, me inspirei por soluções como a da Fanatec, que tem alguns botões no corpo do volante que fica fixo na mesa.

Primeiro, pensei em colocar entre o corpo e o volante, mas supus que ficaria pouco espaço entre as borboletas das marchas e os botões, logo poderiam acontecer novos pressionamentos não intencionais. Então pensei em colocar do lado, na parte de cima do corpo plástico.

Eu não vou cobrir aqui como desmontar, mas há vários tutorias de como desmontar o volante. Aviso que só precisa de chave philips e um pouco de cuidado. Esse é um mod simples de fazer, depende de pouca solda e só precisa cortar uma parte do corpo (que possui um acabamento, então não precisa de um corte muito preciso).

Há duas placas no volante, uma é a principal que tem um conector que vai para o corpo. Nesta está toda lógica e vários botões. Dela sai um cabo ‘flat’ com 5 fios ligados numa outra placa que contêm os famígeros 3 botões. A ideia é pegar esta placa e mover ela para o corpo. O suporte da placa e acabamentos originais do volante serão usados para segurar a placa no corpo e o acabamento será colocado por cima.

A ideia é simples: Cortar o cabo no meio, colocar conectores nas pontas e colocar uns fios para estender ele até o corpo. Já aviso que eu tive muito trabalho dessoldando eles da placa e tentando colocar um conector nela. O volante não tem muito espaço nessa parte, então o melhor é cortar o cabo 2/3 para o volante e 1/3 para os botões.

Para fazer os conectores, usei conectores JST de 2,54mm, mas pode ser qualquer um. Uma impressora velha tem vários conectores. Eu usei um cabo de 4 fios de um fone de ouvidos para fazer a ligação. Sim, eu liguei apenas os quatro primeiros fios contando a partir do vermelho. Se for possível ligar os 5, acredito ser melhor. Eu não sei se vou ter algum problema como botão apertando sozinho, por exemplo, já que o último fio pode ser de pull up ou pull down. O fio deve passar junto do outro fio que liga o volante até a placa do corpo e como o furo no final não é muito grande, melhor soldar os conectores da parte do corpo só depois que passar o fio.

Para cortar o local onde eu ia colocar os botões, eu usei o próprio acabamento que esta no volante para marcar o lugar dos cortes. Marquei como uma canetinha e depois cortei usando um estilete. Uma coisa que eu só fiz no final, foi colocar uma fita isolante na parte externa do local de corte. Fiz isso, pois várias vezes o estilete escapou e acabou marcando a carcaça.

Botões removidos do volante. Essas “perninhas” foram cortadas para caber no corpo.

Com os cortes feitos, eu removi a parte que segurava a placa no volante com dois parafusos. Eu cheguei a fazer um modelo 3d para imprimir, mas minha impressora parou de funcionar. Então eu tive que remover ela do volante e para colar ela por dentro do corpo. Nesse ponto eu fiz pequenos ajustes tanto nos botões quanto no corte do corpo. Quando eles estavam funcionando bem, colei a parte que segura a placa por dentro, coloquei a arremate e então pude colocar os botões e parafusar a placa.

Localização na lateral da capa superior do corpo.

Neste ponto, basta conectar os cabos e testar antes da montagem final. Caso tenha problemas, use um multímetro para verificar se o cabo está contínuo. Lembre-se que retornar para como o volante estava antes só precisa soldar o cabo ‘flat’ a no seu lugar original.

Coragem ruidosa

O silencio incomoda. Gera ansiedade e angustia. Toda concentração vai embora para um que atende pelo nome de medo. O medo trava.

Busco uma música para acabar com isso. Coloco meus fones e me distraio. Tento fazer algo que eu posso considerar útil quando do futuro olhar pra trás, mas o medo continua lá.

A ansiedade aumenta e então percebo que não coloquei nenhuma música para tocar. O que eu quero ouvir? talvez algo pesado para acabar com esse silêncio. Não estou gostando dela, é muito alta e rápida, está tirando minha concentração. Talvez se eu ver um vídeo sobre como funciona um motor me acalme.

Funcionou mas preciso fazer algo, talvez se eu ouvir essas outras músicas aqui… que música bonita. Ela é triste e forte. Eu sinto a dor nela. Ela fala de um senhor que transborda felicidade mas que ainda sofre com a morte de seu cachorro e que dança e mendiga uns trocados para beber. Mas como ele dança, caralho! Tenho vontade de dançar. Vontade de levantar e dançar, mas só choro um pouco e a música termina.

Por que isso? por que essa tristeza toda? Não sei, acho que isso tá muito enterrado e não consigo ver a origem. Vou ouvir essas outras aqui. Mas música triste? gostei desse palhaço triste. A voz dele é legal e as músicas são quase sempre tristes. A ansiedade dele transborda pelos movimentos rápidos das mãos. Eu noto e copio, talvez eu consiga tirar um pouco da minha ansiedade e jogar fora.

Queria ouvir outra coisa, mas o que? o que eu gosto de ouvir? não tenho vontade de ouvir coisas antigas, mas queria conhecer músicas novas. Talvez essa aqui. Ela é legal, mas ou presto atenção nela ou tento fazer meu trabalho. Vou tentar trabalhar.

O tempo passa e muita gente passa na minha volta sem eu perceber ninguém. Pessoas falam comigo e eu não sei o que eu respondi. Já se passaram 2 horas, talvez se eu tomar um café, mas isso vai me deixar ainda mais ansioso. Preciso sair daqui. Vou inventar alguma coisa tipo pegar comida ou pegar uma água. Não sinto vontade de voltar pra sala, na verdade sinto vontade de sentar aqui no corredor mesmo. Só sentar sem fazer nada, mas só de pensar isso volta o pensamento: preciso fazer algo.

Fui no banheiro, fiquei lá um pouco pensando em como veio a esse ponto (continuo sem saber a resposta) e agora estou de volta no meu computador. estou a uns minutos olhando pra tela em busca de forças para fazer meu trabalho. Qualquer erro me fazer desistir e jogar tudo pra cima. Não quero mais ficar aqui, quero ir pra casa mas não posso por que tenho horas para cumprir. Vou tentar o youtube de novo, talvez tenha um vídeo novo. Nada novo, tudo repetido, tudo mais do mesmo. Queria conseguir conversar com as pessoas, mas não consigo. Tudo está tão de difícil de fazer ultimamente, mesmo as cosias mais simples como mandar uma mensagem ou uma piada que eu vi… não entendo isso…

Às vezes a vontade de atirar tudo pra cima, de sumir desse planeta, de sair correndo e chorando alto na rua. Mas eu sei que nunca faria isso por que não é sumir, não é desistir. É apenas tirar essa angustia que aperta meu peito. É ter coragem de ser feliz, mesmo no silencio.

The Gathering

O Senhor forjou nossas alianças não para aprisionar um ao outro, mas para nos encontrarmos aconteça o que acontecer. Elas também nos guiarão pela terra onde as sombras se deitam e nos protegerão de todo mal. Junto delas e com sua luz, minha Elendil, atravessaremos qualquer floresta negra e qualquer salão de pedra abandonado sem medo de nenhum ressurgido ou forças das profundezas. Usaremos de nosso choque do trovão e armas de uma galáxia muito muito distante para combater o mal de todas as nações.

Que o anoitecer chegue silencioso e nos traga toda uma nova paleta de cores para pintarmos novos quadros na nossa memória. Façamos isso para que o amanhã nos leve para lugares longe de nosso lar mas cheios de aventuras inesperadas.

Que os elfos vivam suficiente para ver toda extensão dessa estrada que trilharemos juntos.

I lava you, sua Boba

Cantarolices da tarde

Estava aqui ouvindo umas músicas e toca essa aqui:

Seu sorriso é tão resplandecente
Que deixou meu coração alegre
Me dê a mão pra fugir desta terrível escuridão

Desde o dia em que eu te reencontrei
Me lembrei daquele lindo lugar
Que na minha infância era especial para mim
Quero saber se comigo você quer vir dançar
Se me der a mão eu te levarei
Por um caminho cheio de sombras e de luz

Você pode até não perceber
Mas o meu coração se amarrou em você
Que precisa de alguém pra te mostrar o amor que o mundo te dá

Meu alegre coração palpita
Por um universo de esperança
Me dê a mão, a magia nos espera
Vou te amar por toda minha vida
Vem comigo por este caminho
Me dê a mão, pra fugir desta terrível escuridão

Lembra, foi aqui que um dia deixei
Um grande tesouro pra te lembrar
Mesmo que um dia eu cresça
Meu amor nunca terá fim
Quero saber, que galáxia você quer desvendar
Se me der a mão, contigo eu irei
A qualquer destino que esconde esse céu azul

Mesmo assim, eu só quero lembrar
Que tudo o que eu guardei foi desejo de amar
Mas hoje eu sou esse alguém que vai te mostrar o amor
Que tenho pra dar

Meu alegre coração palpita
Por um universo de esperança
Me dê a mão, a magia nos espera
Vou te amar por toda minha vida
Vem comigo por este caminho
Me dê a mão, pra fugir desta terrível escuridão

Descontrole que gera descontrole

É preciso correr muito para ficar no mesmo lugar. Se você quer chegar a outro lugar, corra duas vezes mais.

Correndo correndo correndo e não saindo do lugar. Isso tem definido minhas últimas semanas. Os motivos ainda estão muito crus e não os compreendo em suas totalidades. Mas a falta de controle sobre o que eu faço tem gerado mais descontrole.

Não diria que faço as coisas sem pensar. Diria até que penso demais antes de agir. Muitas vezes invejei quem não sabia que era impossível foi lá e fez. Acho que a procura pela solução ideal me faz descartar todas as boas alternativas. Eu trabalho fazendo projetos dentro de projetos existentes. Uma nova funcionalidade normalmente implica em mudanças no restante do projeto. Que formas essa funcionalidade pode ser inserida causando o mínimo de impacto? Cada ação minha é guiada por este pensamento. Com o tempo e o maior conhecimento dos sistemas isso se torna trivial. O problema começa quando existem várias coisas para serem feitas e os pensamentos começam a se confundir.

Minha cabeça tem andando confusa ultimamente por conta da quantidade de coisas a serem finalizadas. Elas estão “prontas” porém não finalizadas e cada dia que passa novas funcionalidades são solicitadas. Não estou sendo muito feliz em organizar isso e estou apenas fazendo o que dá. Isso é uma bosta por que não me permite nem pensar nas minhas atividades pessoais. Me sinto como se não tivesse tempo para minhas coisas. Queria mais tempo para pensar nas palestras, para iniciar novos projetos pessoais, para conhecer novos lugares. Mas, apesar de estar conseguindo controlar melhor a questão do meu tempo de trabalho, o que já foi um problema no passado, hoje eu faço meu horário certinho, porém não sinto que ele é produtivo na maioria dos dias.

Estou fazendo um esforço para mudar isso. Estou aprendendo a delegar tarefas e cobrar os resultados. Estou tentando organizar coisas que estão debaixo do tapete para que elas parem de me assombrar. Enfim, estou tentando dar um jeito nas coisas de um jeito meio bruto, sem muita técnica.

Aqueles comentários em forma de poema que encontramos na internet

Estava vendo um texto de sobre o desempenho de uma empresa quando me deparo com o seguinte comentário:


 

Perguntas de um Operário Letrado

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas
Bertolt Brecht

Rio de Janeiro com sua falta de ônibus e as consequências

Gosto muito das facilidades de andar de carro/moto mas venho tentado mudar isso usando mais o transporte público. Acho louvável quem faz isso.

Mas as coisas estão complicadas aqui pela cidade maravilhosa. A prefeitura tem cortado linhas de ônibus e reduzido linhas “normais” para colocar linhas “especiais” (mais caro e com mais conforto). Fora as ações de cortar linhas de algumas localidades para outras (zona norte para zona sul, por exemplo).

A redução das linhas, somado ao número grande obras, faz como que aconteçam situações como as de hoje onde levamos mais de 1 hora esperando por um ônibus que fosse para uma localidade até que decidimos ir para outro ponto. Após mais 20 minutos, um ônibus passa e podemos pegar. Estávamos muito cansados e com os pés doendo muito.

Após alguns minutos chegamos num ponto que tinha umas 6 pessoas e uma delas estava muito brava pela demora (creio que eles estivessem a mais de uma hora e meia no ponto esperando por um ônibus). Ela subiu no ônibus batendo palmas para o motorista e reclamando do fato de estar a uma hora no ponto. Não acho que o motorista seja o responsável pelo sucateamento do sistema de transporte público e nem acho que ele tenha conseguido atrasar esse tanto.  Acho a crítica dela ultra válida, mas talvez ela tenha escolhido a forma e o alvo sem pensar muito em como aquilo mudaria a situação da tal linha.

Mas o pior estava por vir, um cara estava atrás dele disse que aquele showzinho do cara não ia adiantar por que o motorista não era o responsável por todo aquele atraso. Nisso o cara da frente começou a discutir com o passageiro de trás e começou a empurrá-lo. A discussão continuou e uma passageira se levantou e pediu para pararem. Os empurrões vivaram socos e pontapés. A moça ameaçou chamar uma viatura. Por fim o cara do showzinho entrou entrou no ônibus e o mesmo partiu deixando o outro rapaz para trás.

Não soube como agir. Tive vários pensamentos e alguns deles talvez me fariam ganhar o status de réu primário, mas não soube como agir.

 

Canções de redenção

Até quando vamos ficar parados enquanto matam nossos profetas?

Eu não me sinto bem ao ver injustiças, ainda mais quando essas são contra pessoas que pensam diferente ou não se encaixam no nosso atual modelo de sociedade.

Já perdi noites tranquilas pensando em pessoas que apenas lutam por seus direitos de expressar suas ideias e são silenciadas.

Me pergunto qual meu papel nisso tudo, como eu posso mudar alguma coisa ou como eu posso “salvar” o mundo.

Sei que esse “salvar” significa livra-lo do que eu acho errado, mas sei que esse errado é apenas minha visão sobre as coisas. Um dia eu aprenderei lidar com isso.

Mas o que me faz colocar essas palavras aqui é outro motivo que apesar de parecer egoísta, eu acho que mais importante que salvar o mundo. A pergunta que não quer calar: Como eu vou salvar o mundo se eu não me salvo primeiro, se eu não consigo nem a lidar com os meus conflitos internos?

Acho que eu deveria adotar a filosofia deboista para algumas situações. Como me disseram uma vez “seja a mudança que você quer no mundo, não se preocupe com as outras pessoas, tu não pode mudar elas”. Da mesma forma que eu não posso me preocupar se as pessoas estão criando expectativas quanto a mim, mas isto é algo que eu ainda não tenho certeza se eu tenho ou não que me preocupar. Claro que eu não vejo isso não é pretexto pra sair fazendo merda na vida das pessoas.

Parece que quanto mais eu me aproximo das pessoas mais eu me coloco na defensiva e mais afasto elas. Eu não sei direito o motivo, talvez por que eu tente sempre criar uma imagem de pessoa perfeita e séria, o que eu sei que não sou. Nesse mesmo momento tem pessoas querendo muito falar comigo mas eu não estou com vontade de conversar com ninguém. Isso é errado? até onde eu “posso” fazer isso sem que isso seja algo prejudicial pra mim?


Esse é um texto antigo, começado em 30 de setembro de 2014, e publicado em 4 de março de 2016.

Bem vindos ao meu novo lar

Faz tempo que desejo ter um serviço online onde eu possa instalar e me aventurar no mundo online, não que eu pense em deixar de lado o mundo de programação para dispositivos, mas muitas vezes eu queria um espaço para colocar minhas informações.

Por hora só tenho meu blog aqui. Talvez no futuro eu coloque alguns outros serviços aqui, como um editor de texto colaborativo ou meu nó do Diaspora.

Esse é apenas um post de boas vindas mesmo. Vamos ver se agora eu dou mais amor para meu blog 🙂